terça-feira, 10 de agosto de 2010

Uso compartido de produtos - Luciana Stein



vizinhos
Há alguns meses, tratamos de uma tendência social que chamamos de “Vizinhismo” ou “Neiborismo”. Descrevemos um movimento em curso principalmente fora do Brasil de reaproximação dos vizinhos nos  centros urbanos.  Globalização à parte, Vizinhismo trata do redescobrimento daqueles que estão perto, geograficamente.
Na Europa, hotéis resgatam a cultura dos bairros e os transformam em destino turístico. Longas mesas comunitárias de almoços voltam à cena e a consciência dos benefícios de “estar junto” fisicamente parece emergir.
A  vizinhança é a  “menor unidade de identidade urbana” e ela pode ser chave para um  novo entendimento da cidade, – mais solidária e íntima.
“Estar junto” é um dos maiores desafios da nossa época.
“Como viver junto” já foi tema de uma Bienal de Arte de São Paulo . Num cenário tão diverso como respeitar o outro sem trair a própria identidade? Embora este conflito ainda esteja sendo discutido em situações triviais – como toda a vez que um vizinho faz uma festa que se prolonga até as seis da manhã – negócios estão sendo criados para lucrar com a proximidade entre vizinhos.
O  Springwise – parceiro de trendwatching.com – traz um bom exemplo de Neiborismo: Neighborgoods.
Focado em comunidades do sul da California até agora, o site Neighborgoods reúne consumidores que colocam à disposição seus aparelhos eletroeletrônicos, cortadores de grama, berços de bebe e equipamentos de jardinagem. Estes objetos que são usados apenas ocasionalmente ganham nova vida quando alugados, emprestados ou mesmo vendidos – ação que promove o site. Afinal, quantas vezes você já usou aquela furadeira super sônica comprada num ataque de “eu mesmo faço”?
Vizinhos tem mais força juntos. Imagine, então, se vizinhos de um mesmo prédio resolvessem comprar coletivamente ferramentas e utensílios. Um quadro muito mais completo de instrumentos estaria a disposição de todos. Trata-se do mesmo princípio de “car sharing”. No entanto, pode ser aplicado a produtos “menores” do cotidiano.
Não precisa dizer que a idéia pega dependendo do nível de coletivismo de uma sociedade.  Será o uso coletivo de uma furadeira a reaproximar as pessoas? Como as marcas poderiam ser catalizadores dessa reaproximação?

Por Luciana Stein - 17/02/2010 - 6:22 pm    publicado no site http://trendroom.com.br/archives/805
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