quinta-feira, 19 de agosto de 2010

*RISCOS PARA NOSSA SAÚDE*



*Ciência Livre de agrotóxicos e transgênicos*



Levou décadas para se confirmarem as evidências de que os agrotóxicos (venenos usados nas plantas) são ruins para a saúde e o meio ambiente, estando associados ao desenvolvimento de câncer, impactos aos sistemas neurológico, reprodutivo e endócrino, entre outros males. Não precisamos esperar anos e anos até que haja unanimidade sobre os impactos dos transgênicos. Além das associações com danos que já constam de pesquisas científicas, outros tantos estudos demonstram que os transgênicos estão sendo liberados sem que sejam previamente submetidos a rigorosas avaliações de risco. Em geral, as autorizações acontecem com base nas informações e estudos conduzidos pelas próprias empresas donas das invenções e, naturalmente, interessadas em sua aprovação.
Estamos sendo cobaias dessas invenções.

*O QUE AS PESQUISAS CIENTÍFICAS INDICAM?*

*1. Aumento das alergias*
Quando se insere um gene de um ser em outro, novos compostos são formados nesse novo organismo, como proteínas e aminoácidos. Se esse organismo modificado geneticamente for um alimento, seu consumo pode desencadear processos alérgicos em parcelas significativas da população, por causa dessas novas substâncias.

*2. Aumento de resistência aos antibióticos *
Para saber se a modificação genética deu certo, os cientistas inserem nos alimentos transgênicos genes marcadores, que podem ser genes de bactérias. O consumo desses alimentos pode conferir aos microrganismos que causam doenças nos seres humanos resistência a esses medicamentos, ou seja, reduzir ou anular a eficácia dos remédios à base de antibióticos.
Por essa razão, a OMS – Organização Mundial da Saúde (Genebra)/ FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (Roma), a Comissão Européia (Bruxelas) e diversos conselhos científicos conceituados não recomendam o seu uso. Mesmo assim, existem transgênicos autorizados no Brasil contendo genes marcadores extraídos de bactérias.

*3. Aumento das substâncias tóxicas*
Muitas plantas possuem substâncias tóxicas para se defender de seus predadores, por exemplo, os insetos. As quantidades encontradas naturalmente, na maioria das vezes, não fazem mal. Micróbios também podem possuir substâncias que matam insetos. No entanto, se o gene de uma dessas plantas ou de um desses micróbios for utilizado em um alimento, é possível que o nível dessas toxinas aumente inadvertidamente e cause mal às pessoas, aos insetos benéficos e a outros animais. Isso já foi constatado com o milho transgênico Bt (Bacillus thuringiensis), cujo pólen pode matar lagartas de uma espécie de borboleta (a monarca) e larvas aquáticas das quais muitos peixes se alimentam.

*4. Aumento de veneno nos alimentos*
A maioria dos transgênicos existentes tem como característica principal ser resistente à ação de agrotóxicos, como é o caso da soja Roundup Ready da Monsanto, que não morre com a aplicação do herbicida glifosato. Não é por acaso que aumentou a quantidade de resíduos desse veneno na soja e também foi alterado seu limite máximo permitido no grão de soja. No Brasil, aumentou 50 vezes: antes, o máximo aceito era de 0,2 ppm (partes por milhão) e hoje são aceitos 10 ppm – o que é péssimo para a saúde dos consumidores. 
*Estudos são conduzidos pelas empresas donas das invenções e interessadas em sua aprovação. E nós **somos apenas as cobaias.*
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*IMPACTOS NO MEIO AMBIENTE E NA AGRICULTURA*
Diversos trabalhos científicos já demonstraram que o uso de transgênicos com genes de resistência aos agrotóxicos causa o desenvolvimento de maior resistência das pragas e das ervas daninhas combatidas, provocando o desequilíbrio dos ecossistemas. A utilização desses genes obriga os agricultores a aplicar veneno nas plantações mais vezes e em quantidades maiores, resultando no aumento de resíduos nos alimentos que nós comemos, nos rios e no solo, prejudicando ainda mais o equilíbrio do meio ambiente. De acordo com o Ibama/Ministério do Meio Ambiente, houve um aumento de mais de 95% no uso de glifosato no Brasil entre os anos de 2000 e 2004, enquanto a área plantada de soja aumentou 71%. Só no Rio Grande do Sul, o aumento do veneno chegou a 162% para um crescimento de apenas 38% da área de plantio. A razão do aumento do uso do veneno foi a plantação da soja transgênica.
É sempre importante lembrar que a empresa que vende a semente de soja transgênica é a mesma que vende o veneno para aplicar nela.
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*PRECAUÇÃO É LEI*
Diz o bom senso que, em caso de dúvida sobre riscos, é melhor se precaver.
A lei também aplica o Princípio da Precaução.
Segundo esse princípio, não é necessário existir prova absoluta de dano para prevenir: havendo risco de dano grave ou irreversível, devem ser tomadas as medidas para proteger o meio ambiente e a saúde. O Princípio da Precaução consta da Convenção da Diversidade Biológica (Rio-92) e do Protocolo de Cartagena sobre Biodiversidade. E está também em nossa Constituição Federal e na Lei de Biossegurança.
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*O DIREITO DE SABER E ESCOLHER*
Diversas pesquisas de opinião feitas no país atestam que os consumidores querem saber se o alimento é ou não transgênico: 74% da população (Ibope, 2001); 71% (Ibope, 2002); 74% (Ibope,2003); e 70,6% (Iser, 2005). E estão certos.
Esta é uma vontade legítima, que está garantida pelo Código de Defesa do Consumidor.
Também o Decreto de Rotulagem de Transgênicos (Decreto 4.680/03) exige a informação sempre que o alimento contiver mais de 1% de ingrediente transgênico, mesmo que não seja possível detectá-lo por meio de testes de laboratório.
A regra é: usou transgênico, tem que informar. E vale para todos os alimentos, sejam eles in natura ou processados. Mesmo os alimentos originários de animais alimentados com ração transgênica – como leite, ovos, carnes – têm que ter um rótulo para avisar o consumidor com o símbolo “T”.

*A CONTAMINAÇÃO TAMBÉM PREJUDICA O CONSUMIDOR*
A mistura entre grãos transgênicos e não transgênicos é um grave problema que afeta consumidores, agricultores e a agrobiodiversidade.
Em 2009, aconteceu o primeiro plantio de milho transgênico e logo foi constatada a contaminação (conforme Folha de S. Paulo, 10/5/09, e Secretaria do Estado do Paraná, 10/8/09).
A mistura entre os grãos pode acontecer nas plantações e também nas fases posteriores até chegar aos pontos de venda – no transporte dos grãos, nos silos onde ficam armazenados e nas empresas de alimentos.
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*O direito do consumidor está ameaçado*
Muitas empresas alimentícias não querem informar o consumidor se usam ou não grãos transgênicos nos alimentos que vendem. As empresas de biotecnologia, donas dos transgênicos, também são contra esse direito do consumidor.
O Ministério Público já ajuizou ações para obrigar a rotulagem de marcas de óleos de soja que omitiam a informação sobre a origem transgênica da soja.
Gervásio Paulus-Presidente da Associação dos Servidores da Ascar-Emater-RS
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