Fonte: Desenvolvimento & gestão compartilhada
Os principais são a falta de credibilidade dos governos, a dificuldade de envolver os grupos políticos, o excesso de imediatismo e a falta de continuidadeO desenvolvimento local integrado e sustentável (DLIS) é apenas uma das estratégias de planejamento e gestão compartilhada de desenvolvimento. A seguir, os principais desafios do DLIS.
Credibilidade do poder público
A primeira dificuldade na divulgação da gestão compartilhada é a baixa credibilidade do poder público (municipal, estadual ou federal). A população tem razões para duvidar do compromisso dos governos em respeitar os resultados de um processo participativo.
Nos últimos dez anos, a maior parte dos programas e projetos governamentais tem exigido algum tipo de participação popular. Multiplicaram-se os conselhos setoriais, mas a maioria não funciona de fato, são controlados pelos prefeitos e só existem para cumprir uma exigência na obtenção do repasse de recursos.
A gestão compartilhada precisa ser uma conquista da sociedade, ou seja, uma forma de radicalizar a democracia, ampliando as possibilidades de participação e controle social na gestão pública.
Pluralidade
Outro grande desafio é conseguir compor o Fórum ou Conselho de Desenvolvimento Local como um colegiado efetivamente plural, representativo, democrático e participativo. A primeira dificuldade é conseguir envolver os grupos políticos rivais. Nas localidades pequenas, a disputa política é muito personalizada e as lideranças rivais se recusam até mesmo a freqüentar o mesmo ambiente.
Outra dificuldade é convencer os vereadores de que o Fórum ou Conselho local não concorre com eles. Ambiente de debate sobre o futuro da localidade, é o lugar ideal para a defesa de propostas, onde as lideranças políticas podem afirmar seu papel de representantes de interesses coletivos.
Capacitação dos Conselhos
Como todo colegiado, os Fóruns ou Conselhos locais tendem a uma certa rotatividade entre seus membros. Muitos perdem a motivação inicial e abandonam o grupo. Outros passam a ter interesse no processo depois de perceberem seus resultados.
Isso coloca o desafio de criar oportunidades de capacitação dos Fóruns ou Conselhos locais para manter a motivação dos integrantes e para desenvolver os conhecimentos e competências necessários.
Quando o Fórum ou Conselho local também se torna um ambiente de capacitação, cresce a adesão dos participantes, porque as pessoas passam a obter uma vantagem imediata com a sua participação.
Planos locais
Um enorme desafio é fazer com que os planos e agendas locais não se transformem em reivindicações particulares ou de grupos. A negociação da agenda com organizações governamentais e não-governamentais muitas vezes leva a comunidade a considerar esse momento como uma oportunidade de reivindicar tudo o que até então não conseguiu obter.
Isso é legítimo, sobretudo em localidades muito carentes. Ocorre que nem sempre essa lógica reivindicativa resulta em ações que levam ao desenvolvimento.
Na elaboração dos planos e agendas, é muito importante discutir conceitos como:
· Vocações do município;
· Potencialidades;
· Oportunidades;
· Vantagens comparativas e competitivas.
Imediatismo
Muitas vezes o Fórum ou Conselho entra em crise devido à ausência de resultados imediatos. Isso pode ser falta de visão estratégica. A maioria das pessoas não está acostumada a planejar ações de curto, médio e longo prazo. A perspectiva é sempre imediatista. Se não há resultados visíveis e imediatos, tendem a considerar que nada está acontecendo.
Mas, na verdade, as coisas não acontecem desse modo. Muitos negócios exigem anos de planejamento, estudos e investimentos para gerar resultados. Na vida profissional, mesmo em atividades tidas como simples, é necessário algum tempo de aprendizado, treinamento e experiência. Toda obra requer um projeto e um prazo para execução. Assim também é com o desenvolvimento local.
Continuidade
Estratégias de planejamento e gestão compartilhada do desenvolvimento local exigem tempo de maturação. Não se consegue constituir um Fórum ou Conselho de Desenvolvimento Local com autonomia e sustentabilidade em pouco tempo. O mesmo com as ações de uma agenda local. Por isso, tais estratégias precisam ter continuidade por um longo período.
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